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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Na correria do dia a dia

Li esses dias a seguinte frase:

"O correr da vida embrulha tudo: esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e desinquieta... O que ela quer da gente, é CORAGEM! "
Guimarães Rosa
Pensei que talvez fosse bom iniciarmos nossos “encontros” falando da vida cotidiana,dessa correria,que como escreve Guimarães Rosa “embrulha tudo”.
Como fonoaudióloga,gostaria de abordar o como essa correria muitas vezes prejudica a comunicação da vida familiar.
A comunicação que se faz através dos gestos , do olhar, quando falamos, na postura corporal...
E para isso é preciso que haja o outro, para quem se comunica algo.
É aí que tudo se complica...
Primeiro, porque nem sempre somos hábeis em "comunicar" o que queremos, e por vezes o outro não é hábil em compreender o que comunicamos.
Na verdade, se pensarmos bem, vamos ver que sempre essa comunicação depende de muitos fatores.
Na vida em família, talvez por sermos íntimos, podemos nos enganar e concluir que nossas mensagens serão muito facilmente reconhecidas e corretamente interpretadas. Mas todos nós temos estórias de que as coisas nem sempre acontecem assim de forma tão fácil.Para começar existe a diferença inegável entre a forma de comunicar entre homens e mulheres, pessoas mais velhas e mais jovens e vai por aí afora.
E quantas coisas temos que comunicar para nossos filhos !!! Coisas simples, cotidianas, que muitas vezes me pego pensando: mas eu tenho que ensinar até isso á eles ?
Não seria bom ter um "personal comportamento adequado" para nossos filhos ?(será que existe esse emprego!?)
Na maioria das vezes somos nós mesmos que temos que ensinar de forma repetitiva, que não se deve interromper o adulto enquanto ele está conversando;que tem que dobrar o papel higiênico após fazer suas necessidades no banheiro;que tem que deixar a cadeira para as pessoas mais velhas se sentarem e assim por diante...simples comportamentos do dia a dia.
Mas, no corre corre da vida, muitas vezes ficamos quietinhos, esperando que eles desenvolvam um senso de percepção e aprendam sozinhos, ou amadureçam , ou ainda que isso, seja aprendido na escola.
Temos que ter CORAGEM,pois ,esse é o nosso papel (assim como muitos outros)
Como vocês tem sentido essa comunicação por aí?
Mila

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Aceitar as diferenças

Desde sempre fui curiosa sobre a natureza humana e a profissão de psicóloga vem me colocando, há 31 anos, em contato com algumas indagações, inquietações, surpresas sobre o jeito que as pessoas olham o mundo, adaptam-se a ele, tentam se defender dos sofrimentos, às vezes, impingindo-se sofrimentos ainda maiores do que aqueles colocados pela vida.

Neste primeiro texto do blog, fiquei pensando quais destas indagações poderia abordar.

Escolhi um tema amplo, que tenho certeza, voltarei a ele inúmeras vezes: Como a gente tem dificuldade em se relacionar com a pessoa do jeito que ela é. Estamos sempre querendo que o outro seja do jeito que queremos que ele seja, e não como ele realmente é.

Um dia destes, estava perto de um casal e ouvi uma conversa entre eles:
ELA: Puxa! A gente já está junto há algum tempo, no entanto não conheço muitas coisas que você já viveu, que você já passou!
ELE: E para que você precisaria conhecer tão detalhadamente o que eu vivi?
ELA: Prá poder conhecer melhor você, sua vida, seu jeito de ser...
ELE: Mas você já tem me conhecido bastante neste tempo todo em que estamos juntos, não é?
ELA: Sim, mas...
ELE: Então o que você quer é ser meu companheiro de cela?!?

Acho que muitas desavenças, frustrações e até crimes, ocorrem justamente porque queremos que o outro seja nosso companheiro de cela, que esteja exatamente onde estamos, que queira exatamente o que queremos, que viva a nossa vida.

Acho que fazemos isto porque temos necessidade de controlar, de dominar, de ter posse, necessidade de transformar nossa pequena cela em um império.

Com isto perdemos o que tem de melhor em um relacionamento: perdemos a oportunidade de crescer com a diferença, de aprender outro jeito de olhar a vida, perdemos a chance de ampliar nosso mundo, de admirar outra forma de ser no mundo.

Gosto muito do Mário Quintana, e tem uma frase em que ele resume de forma simples e clara o que precisei dizer com tantas letras: O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.

Vamos ampliar nossos horizontes! Traga seu jeito próprio de ser, participe do nosso blog com opiniões, sugestões, discordâncias. Nosso jardim está aberto para borboletas de todas as cores. Seja bem vindo!
Ângela

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