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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Aceitar as diferenças

Desde sempre fui curiosa sobre a natureza humana e a profissão de psicóloga vem me colocando, há 31 anos, em contato com algumas indagações, inquietações, surpresas sobre o jeito que as pessoas olham o mundo, adaptam-se a ele, tentam se defender dos sofrimentos, às vezes, impingindo-se sofrimentos ainda maiores do que aqueles colocados pela vida.

Neste primeiro texto do blog, fiquei pensando quais destas indagações poderia abordar.

Escolhi um tema amplo, que tenho certeza, voltarei a ele inúmeras vezes: Como a gente tem dificuldade em se relacionar com a pessoa do jeito que ela é. Estamos sempre querendo que o outro seja do jeito que queremos que ele seja, e não como ele realmente é.

Um dia destes, estava perto de um casal e ouvi uma conversa entre eles:
ELA: Puxa! A gente já está junto há algum tempo, no entanto não conheço muitas coisas que você já viveu, que você já passou!
ELE: E para que você precisaria conhecer tão detalhadamente o que eu vivi?
ELA: Prá poder conhecer melhor você, sua vida, seu jeito de ser...
ELE: Mas você já tem me conhecido bastante neste tempo todo em que estamos juntos, não é?
ELA: Sim, mas...
ELE: Então o que você quer é ser meu companheiro de cela?!?

Acho que muitas desavenças, frustrações e até crimes, ocorrem justamente porque queremos que o outro seja nosso companheiro de cela, que esteja exatamente onde estamos, que queira exatamente o que queremos, que viva a nossa vida.

Acho que fazemos isto porque temos necessidade de controlar, de dominar, de ter posse, necessidade de transformar nossa pequena cela em um império.

Com isto perdemos o que tem de melhor em um relacionamento: perdemos a oportunidade de crescer com a diferença, de aprender outro jeito de olhar a vida, perdemos a chance de ampliar nosso mundo, de admirar outra forma de ser no mundo.

Gosto muito do Mário Quintana, e tem uma frase em que ele resume de forma simples e clara o que precisei dizer com tantas letras: O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.

Vamos ampliar nossos horizontes! Traga seu jeito próprio de ser, participe do nosso blog com opiniões, sugestões, discordâncias. Nosso jardim está aberto para borboletas de todas as cores. Seja bem vindo!
Ângela

Um comentário:

  1. Uebaaa...Borboleta chegando!!! Valeu, Mila. Posta mais aí. Vou acompanhar. Bjão prá ti.

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