Assim como para muitas pessoas, a voz de nosso ex presidente Lula é, sem dúvida, um aspecto muito importante de sua identidade, reconhecida não só no Brasil, mas também em todo o mundo. É uma marca sonora pessoal,digamos assim. Com o diagnóstico, nas últimas semanas, de um câncer de laringe,Lula entra para uma estatística de 8 a 10 mil novos casos diagnosticados anualmente no Brasil. Os estudos apontam que as causas estão relacionadas a predisposição genética associadas a agentes agressivos como hábito de fumar, ingestão de bebidas alcoólicas e poluição ambiental. Sendo assim, abuso vocal não causa câncer, embora um dos sintomas comum às duas situações possa ser rouquidão. A orientação, portanto, é que rouquidão, alterações na produção vocal e/ou dificuldades para engolir, que persistam por mais de quinze dias e que não estejam associados a fatores desencadeantes como infecções, alergias , refluxo, devem ser avaliados pelo médico otorrinolaringologista. Afinal, às vezes, só damos valor à nossa voz quando a perdemos.
Mila
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
"A voz humana é o instrumento mais rico que há". Tom Jobim
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Aos homens e mulheres que relutam em envelhecer
Eu adorava a minha avó!Tinha enormes olhos azuis,nenhum dente na boca e a pele era totalmente enrugada.Não sei se ela tivesse qualquer outra aparência eu a teria amado mais ou menos. O que quero dizer é que, apesar de não ter dentes, ela comia rapadura e, apesar das recomendações médicas, não dispensava um vinhozinho só para comemorar a companhia dos filhos, genros, noras e netos. Eu, criança, adorava suas histórias de vida. Eram de uma época muito diferente:- Meu tio só não perdeu a perna porque minha avó, que estudou só até a quarta série, moveu céus e terra para conseguir um remédio novo...antibiótico!! Tinha mesmo pouco estudo mas, me lembro que, quando entrava no carro de meu pai ficava lendo as notícias dos jornais que, naquela época, eram colocados nos descansos de pés após a lavagem dos carros. Minha avó contava piadas como ninguém! Eu a esperava na noite de Natal e, embora nunca tivesse me dado nenhum presente, o que importava para mim era sua couve picadinha tão fininha como um fio de cabelo, sua risada desdentada e escancarada, ela era do jeitinho que era. Acredito numa velhice assim. Enquanto muitas pessoas se desesperam com as marcas do envelhecimento deveriam saber que, se derem motivos para serem amadas terão momentos felizes sempre. A gente não ama ou é amado pela nossa pele sem rugas, mas pelo que somos, pelo que fomos nos tornando com o passar do tempo. Somos amados e amamos pelas experiências compartilhadas, pelo nosso jeito peculiar. A aparência, quando se ama e quando se é verdadeiramente amado, não tem importância nenhuma! Mila
Continue lendo >>sábado, 20 de agosto de 2011
Vejam a sensibilidade de Saramago ao definir o que é FILHO.
“Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!" José Saramago É extremamente simples, altamente sério, lindamente verdadeiro. Genial. Abraço Angela Ferro
Continue lendo >>quinta-feira, 4 de agosto de 2011
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor. Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade. Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste. Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes. Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade. É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais? Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país. Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”. Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer. A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão. Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude. Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa. Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir. Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando. O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa. Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande. Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito. Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência. Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba. ELIANE BRUM Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê(Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua(Globo).
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Uma boa reflexão para as férias... Ser chique...
Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje. A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas. Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro Italiano. O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida. Chique mesmo é quem fala baixo. Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras. Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio. Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta. É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua. Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador. É lembrar-se do aniversário dos amigos. Chique mesmo é não se exceder jamais! Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir. Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor. É "desligar o radar", o telefone, quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia. Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite! Chique do chique é não se iludir com "trocentas" plásticas do físico... quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância, ateísmo... falsidade. Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta. Porque, no final das contas, chique mesmo é Crer em Deus! Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, Amor e Fé nos tornam humanos! Texto de Glória Kalil
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Carta de um pai
Um dia destes entrei em contato com a carta de um pai escrita à sua filhinha. Tocou-me profundamente e pensei em compartilhar com vocês. Penso que, ao lê-la, podemos nos colocar ora como filhos ouvindo nossos pais, no passado, falando carinhosamente prá nós cuidarmos e aproveitarmos ao máximo o dom da vida que ganhamos deles. E,agora, como pais, alertando-nos a abrir os olhos e não perder a oportunidade de ser para nossos filhos, e vermos o ser que nossos filhos são. Leia e reflita: Filha: Quando se é criança, parece que o tempo conspira contra nossas aspirações, o que a gente deseja demora muito a acontecer. Finalmente quando já estamos adultos, as coisas aconteceram num piscar d'olhos, tão rapidamente que às vezes lamentamos a velocidade que nos impediu de contemplar o que é belo, e fazer da nossa existência a mais bela aventura. Um dia li a seguinte citação: “A vida é tão breve como os raios de sol que surgem sorrateiramente na mais bela manhã e se despedem sutilmente ao anoitecer sem deixar vestígios” (Augusto Cury). Aí lamentamos do diálogo que não tivemos, lamentamos por não termos tido a ousadia de falar sobre nossas dificuldades e derrotas do passado, nossos medos, nossa falta de entendimento, e finalmente falar dos nossos sonhos, das nossas aventuras, e dos momentos mais alegres da nossa existência, por fim deixar-nos conhecer. A maioria dos pais e filhos não se conhece, e sabe só sentirão de se conhecerem, quando fecharem os olhos. Com admiração e afeto Papai------------------------------------------------------------------------------- Esperamos que tenha gostado. Seus comentários nos instigam, ajudando-nos a continuar falando da gente. Abraço Angela Ferro
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Nosso olhar.
“Professor: trate de prestar atenção ao seu olhar. Ele é mais importante que os seus planos de aula. O olhar tem o poder para despertar e para intimidar a inteligência. O olhar é um poder bruxo! O seu olhar, professor, produz alterações no corpo da criança. O olhar de um professor tem o poder de fazer a inteligência de uma criança florescer ou murchar. Ela continua lá mas recusa-se a sair para a aventura de aprender. A criança de olhar amedrontado e vazio, de olhar distraído e perdido, não aprende. Os psicólogos apressam-se em diagnosticar alguma perturbação cognitiva. Chamam os pais. Aconselham-nos a enviá-la para terapia. Pode até ser. Mas uma outra hipótese tem que ser levantada: que a inteligência da criança que parece incapaz de aprender tenha sido enfeitiçada pelo olhar do professor. Por isso lhe digo, professor: cuide dos seus olhos…” “O Olhar do Professor”, Rubem Alves Gosto muito deste texto.Penso que podemos estender não só ao olhar do professor,mas,ao olhar de todos nós, quando já temos alguma visão pré concebida de alguém.Isso pode acontecer em relação aos nossos filhos e amigos.Quantas vezes não somos surpreendidos com atitude de alguém que julgávamos conhecer?Muitas vezes nosso olhar é preconceituoso,outras vezes nos surpreendemos com alegria como nessa passagem vivida com um pequeno de seis anos,muito astuto, que atendo no consultório: Mostrei a palavra "pipoca" e disse: -Você viu?Esta palavra tem três pedacinhos. E ele com a cara mais linda do mundo me corrigiu: -Não "tia".Tem três "síBALAS"! Mila
Continue lendo >>sábado, 7 de maio de 2011
Quer aprender sobre suas deficiências? Mário Quintana nos explica com graça e simplicidade...
Continue lendo >>terça-feira, 26 de abril de 2011
lição da semana...
"Você nunca sabe que resultados virão da sua ação, mas se você não fizer nada, não existirão resultados." Mahatma Gandhi.
Continue lendo >>quinta-feira, 21 de abril de 2011
Sendo gente...
Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. Uma frase tão curta e tão profunda de uma mulher que soube ser gente de forma muito especial: Madre Teresa de Calcutá. Vamos procurar seguir seu exemplo. Vale a pena.
Continue lendo >>quarta-feira, 30 de março de 2011
Procrastinar nos "coisifica",como diz Drummond de Andrade
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório
um nome… estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes, gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência, indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que incidência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrine me tiram, recolocam,
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem,
meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. O Corpo. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1984, pp. 85-87.
Gagueira em foco
Recebi este e-mail do conselho de fonoaudiologia.É bastante interessante.Vejam:
"A fala foi o ponto de partida para contar uma história de amizade, no filme "O discurso do rei".
O ator Colin Firth teve que aprender a gaguejar para atuar como alguém que está lutando desesperadamente para deixar de ser gago: o rei George VI, da Inglaterra."
http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/v/filmes-indicados-ao-oscar-tem-a-fala-como-caracteristica-marcante/1442964/
Abaixo, aspectos relacionados à gagueira que foram abordados em entrevistas com fonoaudiólogas nos programas de televisão “Mais Você” e “Programa do Jô”, ambos exibidos pela Rede Globo.
Clique aqui para acessar os vídeos:
http://maisvoce.globo.com/videos/v/gagueira-conheca-as-ultimas-novidades-no-tratamento-que-deve-comecar-cedo/1444233/#/programas/20110224/page/1
sábado, 26 de março de 2011
O bambu chinês e o carvalho
terça-feira, 8 de março de 2011
pro cras tinar a felicidade
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Na correria do dia a dia
Li esses dias a seguinte frase:
"O correr da vida embrulha tudo: esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e desinquieta... O que ela quer da gente, é CORAGEM! "
Guimarães Rosa
Pensei que talvez fosse bom iniciarmos nossos “encontros” falando da vida cotidiana,dessa correria,que como escreve Guimarães Rosa “embrulha tudo”.
Como fonoaudióloga,gostaria de abordar o como essa correria muitas vezes prejudica a comunicação da vida familiar.
A comunicação que se faz através dos gestos , do olhar, quando falamos, na postura corporal...
E para isso é preciso que haja o outro, para quem se comunica algo.
É aí que tudo se complica...
Primeiro, porque nem sempre somos hábeis em "comunicar" o que queremos, e por vezes o outro não é hábil em compreender o que comunicamos.
Na verdade, se pensarmos bem, vamos ver que sempre essa comunicação depende de muitos fatores.
Na vida em família, talvez por sermos íntimos, podemos nos enganar e concluir que nossas mensagens serão muito facilmente reconhecidas e corretamente interpretadas. Mas todos nós temos estórias de que as coisas nem sempre acontecem assim de forma tão fácil.Para começar existe a diferença inegável entre a forma de comunicar entre homens e mulheres, pessoas mais velhas e mais jovens e vai por aí afora.
E quantas coisas temos que comunicar para nossos filhos !!! Coisas simples, cotidianas, que muitas vezes me pego pensando: mas eu tenho que ensinar até isso á eles ?
Não seria bom ter um "personal comportamento adequado" para nossos filhos ?(será que existe esse emprego!?)
Na maioria das vezes somos nós mesmos que temos que ensinar de forma repetitiva, que não se deve interromper o adulto enquanto ele está conversando;que tem que dobrar o papel higiênico após fazer suas necessidades no banheiro;que tem que deixar a cadeira para as pessoas mais velhas se sentarem e assim por diante...simples comportamentos do dia a dia.
Mas, no corre corre da vida, muitas vezes ficamos quietinhos, esperando que eles desenvolvam um senso de percepção e aprendam sozinhos, ou amadureçam , ou ainda que isso, seja aprendido na escola.
Temos que ter CORAGEM,pois ,esse é o nosso papel (assim como muitos outros)
Como vocês tem sentido essa comunicação por aí?
Mila
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Aceitar as diferenças
Desde sempre fui curiosa sobre a natureza humana e a profissão de psicóloga vem me colocando, há 31 anos, em contato com algumas indagações, inquietações, surpresas sobre o jeito que as pessoas olham o mundo, adaptam-se a ele, tentam se defender dos sofrimentos, às vezes, impingindo-se sofrimentos ainda maiores do que aqueles colocados pela vida.
Neste primeiro texto do blog, fiquei pensando quais destas indagações poderia abordar.
Escolhi um tema amplo, que tenho certeza, voltarei a ele inúmeras vezes: Como a gente tem dificuldade em se relacionar com a pessoa do jeito que ela é. Estamos sempre querendo que o outro seja do jeito que queremos que ele seja, e não como ele realmente é.
Um dia destes, estava perto de um casal e ouvi uma conversa entre eles:
ELA: Puxa! A gente já está junto há algum tempo, no entanto não conheço muitas coisas que você já viveu, que você já passou!
ELE: E para que você precisaria conhecer tão detalhadamente o que eu vivi?
ELA: Prá poder conhecer melhor você, sua vida, seu jeito de ser...
ELE: Mas você já tem me conhecido bastante neste tempo todo em que estamos juntos, não é?
ELA: Sim, mas...
ELE: Então o que você quer é ser meu companheiro de cela?!?
Acho que muitas desavenças, frustrações e até crimes, ocorrem justamente porque queremos que o outro seja nosso companheiro de cela, que esteja exatamente onde estamos, que queira exatamente o que queremos, que viva a nossa vida.
Acho que fazemos isto porque temos necessidade de controlar, de dominar, de ter posse, necessidade de transformar nossa pequena cela em um império.
Com isto perdemos o que tem de melhor em um relacionamento: perdemos a oportunidade de crescer com a diferença, de aprender outro jeito de olhar a vida, perdemos a chance de ampliar nosso mundo, de admirar outra forma de ser no mundo.
Gosto muito do Mário Quintana, e tem uma frase em que ele resume de forma simples e clara o que precisei dizer com tantas letras: O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.
Vamos ampliar nossos horizontes! Traga seu jeito próprio de ser, participe do nosso blog com opiniões, sugestões, discordâncias. Nosso jardim está aberto para borboletas de todas as cores. Seja bem vindo!
Ângela